terça-feira, 25 de setembro de 2012

Detalhes sobre o uso da vírgula


Neste post damos dicas e esclarecemos detalhes que não foram abordados na nota anterior sobre o uso da vírgula. Acompanhe:

1 - Observe como a posição, existência ou inexistência da vírgula modificam um texto:
"Julio foi ao mercado acompanhado da empregada, de Pedro e de João" -> Julio estava acompanhado por três pessoas: sua empregada, Pedro e João.

"Julio foi ao mercado acompanhado da empregada de Pedro e de João" -> Julio estava acompanhado por apenas uma pessoa: a empregada de Pedro e de João.

2 - A vírgula pode ser usada antes da conjunção "E" com valor adversativo:
Exemplo:
"Estive na praia, E (= mas) não entrei no mar".

3 - A vírgula pode ser usada quando o conectivo "E" liga orações com sujeitos diferentes:
Exemplo:
"Lucas viajou sozinho, E ficou muito satisfeito com isso".

4 - A vírgula pode ser usada quando o conectivo "E" tem valor consecutivo ou enfático.
Exemplo:
"Chegou, e viu, e lutou, e venceu finalmente".

5 - O conectivo "E", em final de enumeração, tem o valor de terminalidade. Exemplo:
"Acertaram a questão Luiza, Junior, César e Maria" - somente estes quatro.
"Acertaram a questão Luiza, Junior, César, Maria" - estes quatro acertaram, mas pode haver outros

6 - Não se usa vírgula antes do conectivo "OU" (conjunção alternativa).
Exemplo:
"Não vi se ele ficou ou saiu".

Retirado de "O Português do Dia a Dia", do professor Sergio Nogueira.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Básico sobre pronomes



Os Pronomes são as palavras que usamos em lugar dos nomes, ou que a eles se referem, ou ainda que acompanham o nome qualificando-o de alguma forma.
Exemplos:
"Visitar o jardim foi inesquecível. Ele era um verdadeiro paraíso." - substituindo o nome ("jardim")
"O jardim com o qual eu sonhava era um verdadeiro paraíso." - referindo-se a "jardim"
"Esse jardim era um verdadeiro paraíso." - qualificando "jardim"

Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está sendo informado através dos pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso.
Exemplos
"Meu carro está sem combustível."
- Meu/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala

"Teu carro está sem combustível?"
- teu/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala

"O carro dele está sem combustível."
- dela/ele: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala

Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Sendo assim, a referência através do pronome deve ser coerente em termos de gênero e número (concordância), e com o seu objeto, mesmo quando este está ausente no enunciado.
Exemplos:
"Ela deseja viajar com nosso carro neste mês."
- nosso: pronome que qualifica "carro"
- neste: pronome que determina "mês"
- ela: pronome que faz referência a pessoa que deseja viajar com o carro

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Uso da vírgula


Fazemos aqui um apanhado resumido com regras práticas do uso da vírgula. Posteriormente detalharemos alguns destes pontos.

1 - A vírgula deve ser usada para separar enumerações, termos e orações independentes entre si.
Exemplos:
"Estive no mercado e comprei açúcar, feijão, leite, arroz e queijo."
"Os professores, alunos e funcionários se encontraram no pátio." - núcleos de um sujeito composto
"Nunca estive lá, nunca vi aquele senhor, nunca falei com aquela senhora." - orações coordenadas

2 - A vírgula deve ser usada antes das conjunções "adversativas" e "conclusivas".
Exemplos:

"Eu sempre estudei muito, mas nunca passei em concurso.."
"Ligia cozinhava muito bem, por isso abriu um restaurante."

3 - A vírgula deve ser usada quando o adjunto adverbial de qualquer tipo estiver deslocado.
Exemplos:
"Fabio avaliou o relatório com muita cautela." - ordem direta, sem vírgula
"Com muita cautela, Fabio avaliou o relatório." - ordem indireta, com vírgula

"Fui jogar bola desanimado." - ordem direta, sem vírgula
"Desanimado, fui jogar bola." - ordem indireta, com vírgula

4 - A vírgula deve ser usada quando o oração adjetiva é do tipo explicativa.
Exemplos:
"Gal Costa, que foi a cantora mais aplaudida do show, sentou-se para conversar com ela."
"Jandira e Fatima, as duas estudantes mais organizadas, saíram da turma."

5 - A vírgula deve ser usada para separar o vocativo.  

Exemplos:
"Debora, venha aqui."
"Lúcio e Luis, façam silêncio."

6 - A vírgula deve ser usada para separar os incisos explicativos, retificativos ou continuativos (por exemplo, ou melhor, isto é, além disso, entre outros).
Exemplos:
"A empregada era muito respeitada na fábrica, ou melhor, era endeusada."
"Luis Carlos era muito brigão, ou melhor, extremamente nervoso."

7 - A vírgula deve ser usada para separar orações intercaladas.
Exemplos:
"Julia estava nervosa, apesar de tomar calmantes, e roía as unhas.."
"Ele foi brincar na chuva, cheio daquilo tudo, e molhou toda a casa quando retornou."

8 - A vírgula deve ser usada para separar termos deslocados.
Exemplos:
"A cozinha, que era muito bem arrumada, estava sem nenhuma luz.."
"Os auditores, parece que foram embora."

9 - A vírgula pode ser usada também para marcar a supressão do verbo.
Exemplos:
"Eles pedem por um milagre e eu, por Deus."
"Francisco estava lendo um livro e Julieta, um jornal."

10 - A vírgula pode ser usada para separar a oração principal da subordinada adverbial de qualquer tipo.
Exemplos:
"Ele foi viajar, porque ganhou a passagem."
"Ele só vai viajar, se ganhar a passagem."

11 - A vírgula deve ser evitada antes da conjunção aditiva "E".
Exemplos:

"Aqui se vive e se trabalha muito."
"Ontem estive com Pedro e falei com sua mãe."

Retirado de "O Português do Dia a Dia", do professor Sergio Nogueira.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Os Artigos


Artigo é a palavra que, posicionada antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos.

Importante ressaltar que o uso apropriado dos artigos definidos e indefinidos permite não apenas evitar problemas com o gênero e o número de determinados substantivos mas, principalmente explorar detalhes de significação bastante expressivos em textos em geral. Informações novas nos textos são introduzidas por pronomes indefinidos e, posteriormente, retomadas pelos definidos. Assim, o referente determinado pelo artigo definido passa a fazer parte de um conjunto argumentativo que mantém a coesão dos textos. Além disso, a sutileza de muitas modificações de significados transmitidas pelos artigos faz com que sejam frequentemente usados pelos escritores em seus textos literários.

Classificação dos Artigos

1 - Artigos Definidos
Determinam os substantivos de maneira precisa. São eles: o, a, os, as.

2 - Artigos Indefinidos
Determinam os substantivos de maneira vaga. São eles: um, uma, uns, umas.

Exemplos:
"Ele comprou a pasta" - definido, determina A pasta.
"Ele comprou uma pasta" - inddefinido, UMA pasta qualquer.

Combinação dos Artigos
É muito frequente a combinação dos artigos com preposições. O quadro abaixo mostra a forma assumida por essas combinações:
PreposiçõesArtigos
o, osa, asum, unsuma, umas
aao, aosà, às--
dedo, dosda, dasdum, dunsduma, dumas
emno, nosna, nasnum, nunsnuma, numas
por (per)pelo, pelospela, pelas--

Notas importantes:
1 - As formas "À" e "ÀS" indicam a fusão da preposição A com o artigo definido A. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida como crase.
2 - As formas "PELO(S)" e "PELA(S)" resultam da combinação dos artigos definidos com a forma PER, equivalente a POR.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Advérbio: o "modificador"


Advérbio é a palavra que caracteriza o processo verbal, indicando as circunstâncias nas quais o fato ocorreu.
Exemplos:
"Ela se feriu gravemente."
"O menino cantou encantadoramente."
"Nunca vi um homem que desfilasse tão descontraidamente."

A caracterização pode ser descritiva de modo que represente objetivamente a realidade. Veja só:
Exemplos:
"Naquele momento, o vento irrompeu violentamente pela porta."
"Júnior rasgou o papel nervosamente."
"O diretor do filme gravou rapidamente a entrevista."

A caracterização também pode ser subjetiva conforme os exemplos abaixo:
"Laura riu desdenhosamente."
"O grupo prosseguiu morbidamente com o seu canto."
"As meninas sorriam lindamente para as câmeras"

Mas existem alguns casos de advérbios formados por palavras de outras classes gramaticais. Veja abaixo alguns exemplos:
"Ele falou alto" ao invés de "Ele falou 'altamente'."
"O jantar nunca foi tão caro" ao invés de "O jantar nunca foi tão 'caramente'."
"Luiz falou bonito durante o encontro" ao invés de "Luiz falou 'bonitamente' durante o encontro."

Nestas frases, os adjetivos "alto", "caro" e "bonito" fizeram o papel de advérbio.

Extraído de "Ao Pé da Letra" de Pasquale Cipro Neto - Editora EP&A

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Conhecendo os substantivos



Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Os substantivos são a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:

- Lugares: Austrália, Paris, Brooklin...

- Sentimentos: fome, pena, medo...

- Estados: feliz, tranquilo, sujo...

- Qualidades: prudência, franqueza, beleza...

- Ações: nado, pescaria, salto...

Morfossintaxe dos substantivos

Nas orações da língua portuguesa o substantivo em geral exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempenhadas por grupos de palavras.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Sabendo um pouquinho mais sobre "Antártida" (ou "Antártica"?)

 
Segundo o Professor Domício Proença Filho em seu "Por Dentro das Palavras da Nossa Língua Portuguesa", ambos os termos são válidos, sendo que o primeiro faz analogia com a "Atlântida", o chamado "continente perdido" que, segundo o grego Platão, existia e afundou no oceano em virtude de um cataclismo. Em português e em espanhol o termo é comum, mas os italianos usam "Antártica", os franceses "Antarticque" e os ingleses e americanos "Antartica", sendo esta a designação oficial internacional. Também conhecido como "Pólo Antártico" é usado em oposição a "ártico" relacionado ao pólo norte.

O urso está na base da formação da palavra: o radical "art" vem do grego "arktos", palavra que designava o animal. Mas ele não é comum neste continente - ao contrário está presente no pólo norte - mas porque na região se situa a constelação da Ursa Maior, segundo o linguista Silvio Elia. O adjetivo é sempre antártico com o feminino antártica (exemplo: "paisagem antártica"). Bom saber, não?