segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Classificação gramatical do "SE"


Hoje a professora Luciene Oliveira nos dá uma extensa e completa aula sobre a partícula "SE". Estude com atenção:

Dentre as possibilidades de classificação gramatical o "SE" pode ser:

  • Conjunção causal, integrante e condicional;

  • Pronome pessoal oblíquo átono de terceira pessoa - que substitui o substantivo na função de objeto direto ou indireto, dependendo da regência verbal - nesse caso ele poderá ser substituído pelo correspondente oblíquo tônico - a si - e indicará sempre a voz reflexiva ou a reflexiva recíproca. Exemplo: "Ele se deu um presente" - O verbo "dar" é transistivo direto de coisa e indireto de pessoa. Assim, nesse caso, o "se" é objeto indireto e a voz reflexiva, pois temos no agente e no destinatário da ação verbal uma mesma pessoa;

Mas a palavra "se" pode, ainda, ser nomeada dependendo das relações sintáticas estabelecidas nas orações como:

1 - Índice de indeterminação do sujeito - quando ligada a verbos intransitivos, transitivos indiretos e aos de ligação, pois com tais verbos é impossível fazer-se voz passiva, uma vez que é o objeto direto da ativa que será na passiva o seu sujeito;

2 - Partícula apassivadora - quando ligada a verbos transitivos diretos ou diretos e indiretos, desde que assim estejam classificados na oração, porque a transitividade do verbo é uma classificação sintática, isto é, um verbo só poderá ser assim classificado, se na oração em que ele se apresenta houver complemento direto e direto e indireto. O verbo "ler" é transitivo direto de acordo com qualquer dicionário de regência, mas na frase "Não se lê mais como antigamente", o "se" é de indeterminação do sujeito, pois o verbo nessa oração apresenta-se transitivamente indireto. Já na oração: "Não se leem mais livros como antigamente", o "se" é partícula apassivadora e "livros" é sujeito paciente - e estamos com uma paráfrase, isto é, dois modos de dizermos a mesma coisa, que se denomina passiva analítica, pois corresponde a "livros" que não são mais lidos como antigamente. Observe que a passiva pronominal - com a partícula "se" - corresponde geralmente a uma oração de sujeito indeterminado na ativa. Assim, passando a oração "Não se leem mais livros como antigamente" para a ativa, bastaríamos retirar a partícula "se", ficando então: "Não leem mais livros como antigamente".

3 - Partícula integrante do verbo - em verbos que indicam ação de moto-próprio, tais como "atrever-se", "queixar-se", "ater-se", "suicidar-se", entre vários outros. Nessas situações os alunos devem observar duas coisas: esses verbos são sempre transitivos indiretos, e a partícula "se" jamais será comutada pelo correspondente oblíquo tônico "a si". Por exemplo: verbo "ater-se": eu me ative, tu te ativeste, ele se ateve, nós nos ativemos, vós vos ativestes, ele se ativeram - e claro quem se atém se atém a algo. Pode-se observar que não faz o menor sentido eu trocar qualquer uma das partículas pronominais pelo correspondente oblíquo tônico. Exemplo: "Eu ative a mim mesma a essa questão".

4 - E o "se" pode ainda ser sujeito da oração no infinitivo, quando não se tem locução verbal, e isso acontece com os verbos "mandar", "deixar", "fazer", "dizer", denominados causativos. E os sensitivos "ouvir", "sentir", etc. Assim, nas orações: "Fez-se ficar sentado", esse é sujeito do verbo "ficar" e a oração corresponde a "Ele fez ele ficar sentado".

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