segunda-feira, 28 de maio de 2012

Dicas de uso dos pronomes demonstrativos "Este", "Esse" e "Aquele"


Para indicar lugar:

Este aqui - perto do emissor
Esse aí - perto do receptor
Aquele lá - distante

Para indicar tempo:

Este dia - hoje, tempo presente
Não brincava e por esse motivo ficava triste - indicando algo já citado (no caso, "brincar")


Os pronomes "Aquele(s)", "Aquela(s)" e "Aquilo" indicam o que está distante.
Exemplos:
"Aquele departamento é horrível"
"Aquelas mulheres ficaram insuportáveis"
"Aquilo lá não tem mais jeito!"

"Nesse(s), "Nessa(s)", Neste(s)" e "Nesta(s)" também indicam algo já citado.
Exemplos:
"A partir de outubro haverá mais trens disponíveis. A promessa faz parte da ideia lançada pelo governador neste mês." => indica que a ideia foi lançada no mês em que estamos.

"A partir de outubro haverá mais trens disponíveis. A promessa faz parte da ideia lançada pelo governador nesse mês." => indica que a ideia foi lançada no mês citado, no caso, outubro.

Nas frases onde não ocorre ambiguidade, alguns autores admitem o uso indiscriminado de "este" ou "esse".
Exemplos:
"A chuva caiu na rua e na praça e esta ficou totalmente destruída, ao contrário daquela."

"A chuva caiu na rua e na praça e essa ficou totalmente destruída, ao contrário daquela."

Em ambos os casos, a proximidade de "esta" e "essa" com o substantivo "praça", indica que se trata dela. O pronome "daquela" só pode se referir à rua, pela distância na frase.

Retirado de "O Português do Dia a Dia", do professor Sergio Nogueira.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Plural dos substantivos compostos - parte 1


Começamos hoje com uma série de posts feitos especialmente pela Professora Lucienne Oliveira sobre o plural dos substantivos compostos. Acompanhe!

Quando falamos de plural de substantivos compostos temos que levar em conta que estamos falando dos substantivos formados por justaposição, hifenizados ou sem hífen.

Desse modo podemos pensar que teremos as seguintes possibilidades:
1ª - Pluralizamos somente o último elemento;
2ª - Pluralizamos apenas o primeiro elemento;
3ª - Pluralizamos os dois elementos;
4ª - O plural do substantivo será feito pelo artigo.

Primeira situação: pluralizamos o segundo elemento do substantivo composto quando:

a) O primeiro for um prefixo adjetivo:
Exemplos: grão, grã, bel, ex, ave, pseudo e outros grão-duque(s), ave-maria(s);


b) Ele for formado por mais de dois e o do meio não é preposição:
Exemplo: bem-te-vi(S);

c) O primeiro substantivo for formado por palavra invariável:
Exemplos: vira-lata (S), sem-fim (sem-fins);

d) Nos substantivos denominados onomatopaicos – aqueles formados por duplicação de um elemento, exceto quando for repetição de verbo, podendo pluralizar-se ambos os elementos conforme alguns gramáticos da academia paulista. Assim podemos ter: ruge-ruge(S) ou ruge(S)-ruge(S), tique-taque(s) ou tique(S)-taques(S)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cartazes nossos de cada dia

Em grande parte da comunicação publicitária encontramos erros de português. Mas também em pequenos cartazes,feitos às vezes com pressa e sem muito discernimento, encontramos falhas grosseiras. Infelizmente, um reflexo de um povo que não conhece bem sua própria língua. Vejam este caso que nos foi remetido pelo professor Ricardo Gaefke do site "O Concurseiro":


Segundo a professora Luciene Oliveira "No  caso, "proibido" - particípio passado do verbo "proibir" - está funcionando como adjetivo em derivação imprópria, assim estamos diante de um caso simples de concordância nominal, que nos ensina que o adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número. Contudo, caso tivéssemos a frase "É proibido entrada", "entrada" é sujeito e, desta forma, a concordância é da função predicativa ("proibido") com o sujeito que, por não estar determinado (por ativo, qualquer pronome adjetivo), ficará no neutro latino, sendo possível a construção. Mesmo assim, o neutro latino não existe em nossa língua, por isso conhecemos como masculino".

A professora completa ainda com esta observação: "Caso tivéssemos essa outra frase: "A entrada é proibida", a concordância é obrigatória pois o substantivo "entrada" está determinado pelo artigo indefinido "a".

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Dicas sobre colocação pronominal III



Vamos continuar a ver outros casos específicos de colocação pronominal na frase. Acompanhe:

"Eu me tornarei o chefe da seção" ou "Tornar-me-ei o chefe da seção"?
Tanto faz, as duas formas são aceitáveis.
A próclise, na primeira frase, é aceitável porque o sujeito aparece antes do verbo.
A mesóclise, na segunda frase, está correta pois o verbo está no futuro do presente do indicativo.

"O fato vai-se repetir" ou "O fato vai se repetir"?
Tanto faz, as duas formas são aceitáveis.
No caso da sintaxe portuguesa, a segunda frase não seria correta pois um pronome átono não pode ficar solto - sem hífen. Mas, no Brasil, o uso se consagrou e é perfeitamente aceitável por o pronome átono entre dois verbos.

"A síndica não deve lhe entregar os documentos" ou A síndica deve entregar-lhe os documentos"?
Tanto faz, as duas formas são aceitáveis.
A próclise, na primeira frase, está correta devido à palavra negativa, "não".
A ênclise de verbo no infinitivo está sempre correta (segunda frase)

Veja o segundo post desta série.

Retirado de "O Português do Dia a Dia", do professor Sergio Nogueira.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Bom fim de semana!


Expressão das mais comuns, também é substituída por "bom final de semana", na linguagem coloquial. A partir de uma dúvida de uma de nossas seguidoras no Twitter, verificamos com maior detalhe as duas alternativas para analisar qual delas atende com maior rigor à língua culta.

Segundo a professora Lucienne Oliveira, "o correto é 'bom fim de semana', porque "bom" é adjetivo modificando o substantivo composto "fim de semana"; 'final' é adjetivo que não será jamais modificado por outro adjetivo - no caso, 'bom' - só por advérbio. O substantivo composto é 'fim de semana' e não 'final de semana'. Quando o vocábulo 'final' é usado com substantivo, tem como significado 'propósito'".

Explicando de forma mais detalhada:

O vocábulo correto é "fim de semana" e  não "final de semana" - substantivo composto, que como qualquer substantivo é modificado por adjetivo. Daí, "bom fim de semana". 

Podemos dizer: "Os meus bons fins de semana da infância, jamais os terei de volta".
"Foram muito bons os fins de semana que passei em Torres".

O vocábulo "muito" nessa última frase é advérbio, mudando o adjetivo "bom".

O vocábulo "final" é adjetivo, tendo como significados possíveis "extremo", "último", "derradeiro" e se opõe a "inicial".

Como substantivo cf. Houaiss, "final" é: Substantivo masculino : última parte; última parte; fim
Exemplos: "O fim  da rua"; "o final do mês".

Modo pelo qual se encerra (negócio, evento, narrativa etc.); conclusão, fim.
Exemplos: "Esta transação pode ter um final muito lucrativo".
"Muito bom o final deste filme", onde "muito" é advérbio de intensidade que atua sobre o adjetivo "bom". E "final", neste caso é substantivo.

Substantivo feminino:
A última prova (de torneio, competição), que designa um vencedor; finalíssima.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Novos exercícios sobre verbos

 
Trazemos hoje mais dois exercícios sobre verbos para você se exercitar. Boa sorte!

Questão 1
Baseando-se no código expresso abaixo, classifique sintaticamente os verbos em destaque:

1 – verbo intransitivo
2 – verbo transitivo direto
3 – verbo transitivo indireto
4 – verbo transitivo direto e indireto
5 – verbo de ligação

a) Estamos felizes.
b) As crianças gritavam desesperadamente.
c) Entregamos as encomendas aos clientes. 
d) Restam alguns instantes.
e) Ofenderam o juiz com palavrões. 
f) Permaneçam todos quietos.
g) Faltava-lhe um pouco mais de esperança.
h) Depende de você a minha felicidade.
i) Vivia tranquilamente naquele lugar.

Gabarito:
a) verbo de ligação
b) verbo intransitivo
c) verbo transitivo direto e indireto
d) verbo intransitivo
e) verbo transitivo direto
f) verbo de ligação
g) verbo transitivo indireto
h) verbo transitivo indireto
i) verbo intransitivo


Questão 2 - FMPA-MG
Identifique a alternativa em que o verbo destacado não é de ligação:

a) A criança estava com fome.
b) Pedro parece adoentado.
c) Ele tem andado confuso.
d) Ficou em casa o dia todo.
e) A jovem continua sonhadora.

Gabarito: Alternativa “d” por ser esta a única opção em que não temos predicativo do sujeito.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Algumas dicas sobre colocação pronominal II


Neste post vamos ver alguns outros casos específicos de colocação pronominal na frase.

"Eu não lhe disse a verdade" ou "Disse-lhe a verdade?" O certo é a primeira frase. Quando há uma palavra de sentido negativo (= "não") antes do verbo, a próclise torna-se obrigatória.

A próclise (= pronome átono antes do verbo) é indicada nos seguintes casos:

  • Com palavra negativa => não, nunca, jamais, nada, ninguém  
  • Exemplos: "Nada me preocupa mais que isso."
    "Eu nunca lhe contei sobre o passado."
     
  • Com alguns conectivos => que, se, quando, embora, porque
    Exemplos: "Caso te toquem, tome cuidado."
    "Quando fui embora, lhe disse para ficar calado ."

  • Com alguns advérbios (sem pausa): sempre, já, ainda, agora, talvez
    Exemplos: "Sempre lhe falei com respeito."
    "Maria ainda nos avisou sobre os perigos da jornada."

  • Com pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos:
    Exemplos: "Aqui está o casaco que te emprestaram."
    "Isto nos é desfavorável."
    "Alguém nos viu no caminho."

  • Em frases exclamativas ou optativas:
    Exemplos: "Deus o abençoe!"
    "Macacos me mordam!"

  • Com o verbo no gerúndio precedido da preposição "em":
    Exemplos: "Em se plantando tudo dá."
    "Em se fazendo noite, irei ao mercado."

  • Com formas verbais proparoxítonas:
    Exemplos: "Nós o censurávamos."
    "Eles a encontraram antes de ele a ver."

Veja o primeiro post desta série

Retirado de "O Português do Dia a Dia", do professor Sergio Nogueira.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Detalhes da língua III



É muito comum desejarmos adequar as palavras invariáveis "menos" e "muito" às palavras que as acompanham tais como "menas meninas" ou "muita bonita". Só que isso é francamente errado. Veja estes e outros exemplos de flexão dados pelo professor Pasquale em seu livro "Ao Pé da Letra":  

Obrigado ou obrigada? - um homem deve dizer "obrigado" independente da pessoa a quem agradece. O mesmo para as mulheres, que dizem, "obrigada", sempre. A origem do agradecimento em português vem da ideia de assumir uma obrigação com a pessoa que prestou o favor. Portanto, quando um homem diz "obrigado", está dizendo que se sente obrigado a retribuir o favor que recebeu.

Menos ou 'menas'? - a palavra "menas" simplesmente não existe. Logo, seja utilizando singular, plural, feminino ou masculino acompanhando-o, sempre se diz "menos".  
Exemplos: "Ela gostou menos da laranja que da uva."
"Me sirva menos batatas, por favor."

Meio ou meia? - palavra que modifica adjetivo é invariável. Logo, não se deve flexionar a palavra "meio" quando estiver acompanhada de um adjetivo feminino.  
Exemplos: "Ela está meio nervosa."
"Estive na casa que é meio feiosa."

MAS ATENÇÃO: se a palavra estiver modificando um substantivo, a flexão existe e é correta.  
Exemplos: "Pode me servir meia laranja?"
"Aqui não é possível comprar meia refeição!"